10°
Logo co

Imigração

Estas são as comunas com mais portugueses no Luxemburgo

Saiba quais são as 10 comunas com maior representação da comunidade lusa, e as razões para os portugueses aí morarem.

A comunidade portuguesa representa 11,3% da população total do país.
A comunidade portuguesa representa 11,3% da população total do país. © Créditos: Christian Mohr

Os portugueses representam 11,3% da população total do Luxemburgo, constituindo a mais importante comunidade estrangeira no país desde os anos 80.

Os trabalhadores lusos começaram a chegar ao país na década de 1950, sobretudo de forma clandestina e à procura de uma vida melhor, mas foi a partir da década de 1970 que este fluxo imigratório se tornou regular. Desde então, o Luxemburgo tem sido o país tradicional da emigração portuguesa e os portugueses a maior nacionalidade estrangeira residente no país.

Onde se concentra geograficamente a comunidade portuguesa? Principalmente no sul do país, no cantão de Esh-sur-Alzette e a nordeste, nos cantões de Vianden, Diekirch, Echternach, bem como em redor de Larochette, indica o estudo sobre a repartição geográfica dos imigrantes no Luxemburgo do Instituto de Estatísticas do Luxemburgo (Statec), e realizado em 2021.

Comunas mais “portuguesas”

No total existem dez comunas com “grande sobrerrepresentação” dos imigrantes nascidos em Portugal, lideradas por Larochette, onde os portugueses representam 31,3% da população total.

Seguem-se Differdange (24,7%), Vianden (23,4%), Bettendorf (23,3%), Pétange (21,6%),Esch-sur-Alzette (21,3%), Vallée de l’Ernz (21%), Echternach (20,4%), Reisdorf (19,7%) e Troisvierges (18,6%).

O que levou à escolha destas comunas? As razões são históricas e há que recuar no tempo para justificar a forte presença portuguesa a sul e nordeste do país. Os imigrantes portugueses começaram a fixar-se nestas comunas porque residia ali a sua fonte de trabalho, na siderurgia e empresas têxteis.

Ler mais:

Laços familiares ditam escolhas

Ainda hoje, estas são as comunas com maior representação de imigrantes portugueses de segunda geração, na grande maioria filhos ou descendentes indiretos da comunidade de origem portuguesa, com as redes familiares e de nacionalidade a ditarem as preferências. Tal, diz o Statec, reflete uma “persistência relativamente forte de padrões de localização específicos das populações de origem estrangeira”.

O estudo do Statec lembra também que a presença portuguesa no nordeste já era significativa em 1991, duas décadas após a assinatura do acordo de migração entre Luxemburgo e Portugal.

Em contrapartida, a fixação da comunidade lusa no sul do Grão-Ducado tem “vindo a aumentar progressivamente, em detrimento da cidade do Luxemburgo”.

Viver perto uns dos outros

O estudo aborda ainda a segregação espacial dos luxemburgueses e das comunidades imigrantes. A comunidade portuguesa revela ser a que possui uma menor segregação no geral.

Ler mais:

Contudo, a segregação espacial por bairro no seio da comunidade portuguesa revela-se mais marcante do que para as outras comunidades. Além de que “a comunidade portuguesa e os outros imigrantes residentes há mais de 20 anos possuem as proporções mais elevadas (de segregação) nos clusters urbanos”, realça o Statec.

As causas da segregação são várias. “Em primeiro lugar, os imigrantes optam por viver perto uns dos outros devido a laços culturais, linguísticos ou familiares, ou simplesmente devido às facilidades proporcionadas pela família ou amigos em termos de habitação. Em segundo lugar, os nativos podem optar por se aproximar ou afastar dos imigrantes”, lê-se no estudo.

Ler mais:

Por último, a segregação pode resultar de “fatores económicos”, como a “procura de emprego em setores específicos ou um acesso desigual a habitação a preços acessíveis em determinados bairros específicos”.

NOTÍCIAS RELACIONADAS